O exato momento do clique, aquele minuto único, revisto, ampliado e salvo do limbo. O artífice Júlio Francisco dos Santos usa pintura sobre fotografia para dar novo brilho e novas cores a retratos que se negam a desaparecer com o tempo, rostos que pedem revanche, expressões decididas a durar. Assim, aspira iludir a morte. Crê na utopia de devolver às coisas sua aura de eternidade. Mergulha no caos informe da memória. Alcovita o flerte imemorial entre técnica e magia. De algum modo, Mestre Júlio, o foto-pintor, é um inventor de imagens para a imagem, um artista-guia que vive na intimidade inacabada do outro, retocando o nosso mais recôndito e ilusório desejo: o de não ter fim.
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Originalmente publicado em Revista Vós, 17 de maio de 2016. Por: Ethel de Paula, Igor de Melo, Michele Boroh.